O Simples Nacional para médicos é, sim, uma alternativa que pode ajudar profissionais da saúde a reduzir impostos e facilitar a gestão contábil, fiscal e financeira de suas atividades, seja atuando de forma independente ou em clínicas e consultórios. Porém, como todo regime tributário, ele exige uma análise criteriosa antes da adesão.
A decisão por esse regime tributário está condicionada a vários aspectos, como o nível de faturamento, a configuração da empresa, a composição da folha de pagamento e também a maneira como o médico pretende estruturar sua atividade profissional.
Neste artigo, você vai entender de forma clara e objetiva como funciona o Simples Nacional para médicos, quais são os principais benefícios, os possíveis riscos e os cuidados indispensáveis antes de optar por esse modelo tributário.
O que é o Simples Nacional?
O Simples Nacional é um regime tributário diferenciado, criado pela Lei Complementar nº 123/2006, com o objetivo de simplificar a arrecadação de tributos para micro e pequenas empresas no Brasil.
O aspecto principal desse regime é a junção de diversos tributos federais, estaduais e municipais em um único pagamento, feito por meio do DAS (Documento de Arrecadação do Simples Nacional). Isso torna o processo de apuração e recolhimento dos tributos mais ágil, reduzindo burocracias e facilitando a regularização fiscal das empresas de menor porte.
Além de simplificar a arrecadação, o Simples Nacional também busca estimular o empreendedorismo, promovendo um ambiente mais favorável para o crescimento econômico e a formalização de pequenos negócios.
Quais profissionais da área da saúde podem aderir?
O Simples Nacional está disponível para microempresas (ME) e empresas de pequeno porte (EPP) que faturam até R$ 4,8 milhões por ano. No entanto, nem todas as atividades podem optar por esse regime.
Diversos profissionais liberais, inclusive médicos, podem aderir ao Simples Nacional, desde que constituam uma Pessoa Jurídica (PJ) e exerçam atividades permitidas conforme a regulamentação vigente.
No caso específico dos médicos, é importante entender que não é possível aderir ao regime como Microempreendedor Individual (MEI), mas sim como empresa enquadrada no Simples Nacional, respeitando as regras específicas de faturamento, tributação e estrutura empresarial.
Como funciona o Simples Nacional para médicos?
O Simples Nacional para médicos funciona como um regime tributário que permite o pagamento unificado de diversos impostos, com base em alíquotas progressivas que variam conforme o faturamento da empresa e o tipo de serviço prestado.
Médicos que optam por atuar como pessoa jurídica podem ser classificados em dois anexos diferentes dentro do Simples Nacional: o Anexo III ou o Anexo V. A definição de qual será aplicado depende principalmente da relação entre a folha de pagamentos e a receita bruta da empresa, conceito que será detalhado a seguir.
Estrutura de tributação: Anexo III e Anexo V
- Anexo III: contempla atividades de prestação de serviços que podem ser tributadas com alíquotas iniciais próximas de 6%, podendo chegar a 19% conforme o faturamento aumenta.
- Anexo V: aplica-se às atividades consideradas de maior complexidade e risco, com alíquotas que partem de cerca de 15,5%, podendo chegar a 30%.
Para os médicos, a possibilidade de tributar pelo Anexo III é bastante vantajosa, pois proporciona uma carga tributária mais baixa.

Como definir em qual anexo o médico se enquadra?
A definição ocorre com base no chamado Fator R, um cálculo que determina o anexo aplicável. Esse fator considera a relação entre o total da folha de salários (incluindo pró-labore) e a receita bruta dos últimos 12 meses.
De forma simplificada:
- Se essa proporção for de 28% ou mais, o médico terá direito ao enquadramento no Anexo III, que oferece condições tributárias mais favoráveis.
- Se essa condição não for atendida, o enquadramento ocorrerá no Anexo V, que aplica as alíquotas superiores.
Fator R: o que é e qual a sua importância para médicos?
O Fator R é um elemento essencial na definição da carga tributária do médico que opta pelo Simples Nacional. Ele estimula a formalização de vínculos empregatícios e a valorização da folha de pagamento, beneficiando quem investe em equipe e estrutura.
Antes de tomar qualquer decisão, é indispensável contar com o apoio de uma contabilidade especializada. Conte com a Nexcont Soluções Contábeis para orientar sua escolha, garantindo segurança e aproveitamento máximo dos benefícios fiscais.
Quais impostos são pagos no Simples Nacional?
No Simples Nacional para médicos, todos os impostos são recolhidos de maneira unificada, através de um único documento: o DAS. Isso simplifica bastante a rotina contábil e financeira, evitando a necessidade de emitir várias guias e acompanhar múltiplos prazos.
Esse pagamento inclui impostos como:
- IRPJ;
- CSLL;
- PIS e COFINS;
- ISS;
- Contribuição Previdenciária Patronal.
De maneira geral, as alíquotas variam entre 6% e 33% sobre o faturamento, dependendo do porte da empresa e da atividade exercida.
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Vantagens do Simples Nacional para médicos
O Simples Nacional para médicos é uma das opções tributárias mais buscadas por profissionais que desejam otimizar sua atuação, reduzindo custos e ganhando eficiência administrativa.
Entre as principais vantagens, destacam-se:
Unificação de tributos: todos os impostos federais, estaduais e municipais são recolhidos em uma única guia, o DAS, o que torna o processo de pagamento mais simples e organizado. Isso reduz erros, atrasos e facilita o planejamento financeiro mensal.
Possibilidade de redução da carga tributária: para médicos que se enquadram no Anexo III, a alíquota inicial pode ser inferior a 10% sobre o faturamento. Esse percentual, quando comparado aos encargos incidentes sobre a pessoa física, que podem alcançar até 27,5% apenas em Imposto de Renda, além das contribuições previdenciárias, representa uma economia significativa.
Menor burocracia: tarefas acessórias, como a entrega de declarações e a manutenção de livros fiscais, tornam-se mais simples, principalmente em relação aos regimes de Lucro Presumido ou Lucro Real. Isso permite que o médico dedique menos tempo a questões administrativas e mais ao cuidado com seus pacientes.
Facilidade de regularização: o Simples Nacional oferece processos mais claros para manter a empresa em conformidade com a Receita Federal, evitando complicações e penalidades.
Incentivo à formalização: muitos médicos que atuavam na informalidade encontram no Simples Nacional uma porta de entrada para a legalização de seus serviços, com benefícios como maior acesso a crédito, possibilidade de emitir notas fiscais e maior segurança jurídica.

Como optar pelo Simples Nacional sendo médico?
Para aderir ao Simples Nacional para médicos, o primeiro passo é formalizar uma Pessoa Jurídica (PJ), registrando a empresa na Junta Comercial e obtendo o CNPJ junto à Receita Federal.
Em seguida, é necessário:
- Escolher o CNAE correto, ou seja, o código que identifica as atividades médicas da empresa. Esse enquadramento é fundamental para garantir a possibilidade de adesão ao Simples Nacional;
- Realizar a opção pelo Simples Nacional no portal da Receita Federal, geralmente até o último dia útil de janeiro de cada ano, para que a adesão seja válida a partir do ano-calendário vigente;
- Regularizar todas as pendências fiscais: empresas com débitos tributários não regularizados não podem optar pelo Simples Nacional;
- Manter-se atento aos limites de faturamento.
Embora o processo não seja excessivamente complexo, ele exige atenção aos detalhes para evitar erros que podem gerar a exclusão do regime ou cobranças indevidas.
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Exemplos práticos: médicos que economizaram com o Simples Nacional
O Simples Nacional para médicos pode proporcionar uma economia expressiva, dependendo do perfil de atuação e da forma como a atividade está estruturada.
A seguir, apresentamos alguns exemplos práticos que ilustram bem esse potencial:
Exemplo 1:
Um clínico geral que atua de forma independente, com uma receita anual de R$ 120 mil.
Como pessoa física: pagaria cerca de R$ 33.600 por ano em tributos, somando INSS e Imposto de Renda, o que representa aproximadamente 28% da sua receita.
Como Pessoa Jurídica no Simples Nacional: pagaria em torno de R$ 9.000 por ano, considerando uma alíquota de 6% mais os encargos mínimos de INSS.
Economia anual estimada: aproximadamente R$ 24.600, uma redução superior a 70% na carga tributária.
Exemplo 2:
Dois médicos autônomos decidiram formalizar uma clínica médica, com um faturamento total de R$ 600 mil por ano (R$ 300 mil para cada sócio).
Antes, como autônomos: cada médico pagava, em média, R$ 105 mil por ano em tributos, totalizando cerca de R$ 210 mil, o que corresponde a aproximadamente 35% da receita conjunta.
Após a formalização como Pessoa Jurídica no Simples Nacional: a clínica passou a pagar cerca de R$ 66 mil por ano, mantendo-se enquadrada no Anexo III.
Economia anual estimada: cerca de R$ 144 mil, ou seja, uma redução superior a 68%.
Exemplo 3:
Um cirurgião que possui uma receita anual de R$ 1 milhão.
Como pessoa física: pagaria aproximadamente R$ 258 mil por ano em tributos, o que representa cerca de 25,8% da sua receita.
Como Pessoa Jurídica no Simples Nacional: com uma alíquota média de 8% mais encargos, pagaria em torno de R$ 83.600 por ano.
Economia anual estimada: aproximadamente R$ 174.400, uma redução de cerca de 67%.
Esses casos mostram que, com um bom planejamento e uma estrutura bem organizada, o Simples Nacional para médicos pode ser uma estratégia eficaz para diminuir a carga tributária e tornar a atuação médica mais profissional
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Conclusão
O Simples Nacional para médicos representa uma escolha estratégica capaz de modificar a forma como profissionais da saúde estruturam suas atividades, proporcionando uma redução expressiva na carga tributária e facilitando o cumprimento das exigências fiscais.
Ao longo deste artigo, vimos que, além de oferecer uma unificação dos tributos, o Simples Nacional pode resultar em uma economia de até 70% nos custos fiscais, dependendo da estrutura e faturamento do profissional ou da clínica médica.
No entanto, também ficou claro que a adesão ao regime exige atenção a detalhes importantes, como o correto enquadramento de atividades, o controle do faturamento e a adequada gestão da folha de pagamento, especialmente por conta do Fator R, que impacta diretamente na definição das alíquotas.
Por esse motivo, é essencial buscar o apoio de uma contabilidade especializada antes de definir o regime tributário. A Nexcont Soluções Contábeis está pronta para fornecer toda a orientação necessária, ajudando médicos e clínicas a realizarem escolhas seguras e vantajosas.
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